Relatório divulgado, ontem, pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) pede a redução do uso de agrotóxicos no País. O texto cita que o Brasil se tornou o maior consumidor desses produtos no planeta, ultrapassando a marca de um milhão de toneladas em 2009, equivalente a um consumo médio de 5,2 kg de veneno agrícola por habitante. A informação é do estudo “Agrotóxicos no Brasil: um guia para ação em defesa da vida”, publicado em 2011 pela pesquisadora Flavia Londres.
A instituição afirma que a liberação do uso de sementes transgênicas no País foi uma das responsáveis por colocar o Brasil no primeiro lugar deste ranking, “uma vez que o cultivo dessas sementes geneticamente modificadas exige grandes quantidades destes produtos”.
O documento indica também que a venda de agrotóxicos tem registrado constante aumento no País, saltando de US$ 2 bilhões para US$ 7 bilhões entre 2001 e 2008, e alcançando valores recordes de US$ 8,5 bilhões em 2001.
Risco à saúde
De acordo com o Inca, as atuais práticas de uso de produtos químicos sintéticos usados para matar insetos ou plantas no ambiente rural e urbano oferecem risco à saúde.
A instituição afirma que essas substâncias geram grandes problemas como poluição ambiental e intoxicação de pessoas, como trabalhadores e moradores dos arredores de plantações e criações. “As intoxicações agudas (…) são caracterizadas por efeitos como irritação da pele e olhos, coceira, cólicas, vômitos, diarreias, espasmos, dificuldades respiratórias, convulsões e morte”, explica a nota do instituto, sediado no Rio de Janeiro.
“Dentre os efeitos associados à exposição crônica a ingredientes ativos de agrotóxicos podem ser citados infertilidade, impotência, abortos, malformações, neurotoxicidade, desregulação hormonal, efeitos sobre o sistema imunológico e câncer”, destaca o documento.
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