27 de abril de 2015

Estelionatários aplicam golpe em famílias de doentes em BH

Com um parente adulto internado na UTI de um hospital particular de Belo Horizonte, Ana (nome fictício) recebeu, na noite de quinta-feira passada, um telefonema no celular e, do outro lado da linha, uma pessoa se identificava como funcionário da instituição onde seu parente estava. Essa pessoa informou a Ana que, para agilizar os exames necessários para a sobrevida do paciente, seria preciso o depósito de R$ 1 5 mil ao hospital, porque o plano de saúde não cobria tal procedimento e, depois, a operadora poderia reembolsar o valor. Não era verdade. Esse é o golpe que vem sendo aplicado em clientes de importantes e reconhecidos hospitais particulares de Belo Horizonte.
O estelionatário, que aproveita da fragilidade de enfermos internados e da situação emocional de parentes, virou alerta dentro de hospitais particulares da capital como Lifecenter, Vila da Serra, Luxemburgo e São Lucas (da Rede Santa Casa). Segundo a administradora do Vila da Serra, Renata Macedo, na instituição, em janeiro, três pacientes da maternidade receberam o telefonema dentro do quarto onde estavam internadas. “A pessoa se identificou como funcionária do hospital e informou a cada uma dessas mulheres que seus bebês precisavam de medicamentos que não são pagos pelo convênio e que, para isso, elas deveriam depositar uma determinada quantia para a medicação”, conta Renata. Ela ressalta que, por sorte, as três pacientes procuraram a administração do hospital e não chegaram a fazer o depósito do valor.
Na semana passada, dois pacientes do Vila da Serra também receberam ligações e, por procurarem o hospital, não caíram no golpe. “Ou ligam para o quarto do paciente ou para os parentes dizendo ser do convênio ou da unidade hospitalar e pedem um valor. Há casos em que o golpista disse à vítima que o paciente precisava de uma tomografia ou um exame que o plano não cobria”, conta Renata. Assim como no Vila da Serra, o Lifecenter fixou em corredores e outras partes do hospital avisos chamando a atenção dos pacientes para o golpe.
No Hospital São Lucas, além do papel fixado nas alas da unidade, o hospital publicou também um alerta em seu site. “A ação criminosa consiste em fazer contato pelo celular com familiares do paciente – citando seu nome e seu problema de saúde – para em seguida tentar extorquir dinheiro”, destaca o texto do São Lucas para alertar os pacientes e familiares.
Há um mês, no Hospital Luxemburgo, uma família com um parente internado foi vítima do golpe e, segundo informou a assessoria de imprensa, as vítimas chegaram a depositar a quantia pedida, porém, ao informar sobre o depósito à instituição, o hospital entrou em contato com a Caixa Econômica Federal – banco para o qual o estelionatário havia pedido a cobrança indevida – e conseguiu bloquear o repasse do valor. O Luxemburgo tem entregado um folheto a todos os pacientes e familiares da internação como forma de evitar novas vítimas.


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