A Polícia Federal (PF) afirmou que a 11ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta sexta-feira (10), tem ligação com fraudes que vão além da Petrobras. Existem indícios de irregularidades em contratos publicitários da Caixa Econômica Federal (CEF) e do Ministério da Saúde.
Sete pessoas foram presas, entre elas três ex-deputados Luiz Argôlo (SDD-BA), Pedro Corrêa (PP-PE) e André Vargas (sem partido).
De acordo com a Polícia Federal, uma agência era contratada para execução de contratos de publicidade. Esta agência, que era dirigida por Ricardo Hoffmann – um dos presos desta nova fase –, fazia subcontratações de empresas fornecedoras de materiais publicitários. Essas empresas, porém, eram de fachada e tinham como sócios André e seu irmão, Leon Vargas.
"Recebem um percentual equivalente a 10% do contrato firmado com a empresa principal, então, nos leva a crêr que, provavelmente, seja um percentual a ser desviado para agentes públicos", explicou o delegado federal Igor Romário de Paula. O esquema, de acordo com a investigação, tinha mais de uma camada de empresas.
Como não havia prestação de serviço, estas contratações eram realizadas apenas, conforme os delegados, para a lavagem de dinheiro. “Ainda é cedo, não dá para estimar [os prejuízos]. Precisamos dos resultados das buscas de hoje”, disse o delegado federal Márcio Ancelmo. As irregularidades teriam começado entre 2010 e 2011 e se estenderam até 2014.
O advogado João Gomes Filho, que representa os irmãos André e Leon Vargas, afirmou que irá para Curitiba, para ter acesso aos autos e conhecer o conteúdo e os motivos das prisões.
Filho adiantou que durante o fim de semana vai preparar o pedido de habeas corpus de André Vargas, que tem prisão preventiva. Já Leon Vargas foi preso temporariamente.
Filho adiantou que durante o fim de semana vai preparar o pedido de habeas corpus de André Vargas, que tem prisão preventiva. Já Leon Vargas foi preso temporariamente.
A polícia diz que, a princípio, essas irregularidades não têm ligação com o esquema descoberto na Petrobras. De alguma forma, porém, todos os suspeitos têm ligação com o doleiro Alberto Youssef, apontado como o líder do esquema bilionário de corrupção, desvio e lavagem de dinheiro na estatal.
Em nota, a Caixa Econômica Federal informou que abrirá apuração interna para averiguar os fatos revelados pela Polícia Federal no âmbito da investigação da Operação Lava Jato. "A CAIXA reitera que colaborará integralmente com as investigações e informa que encaminhará imediatamente todos os contratos relacionados às empresas citadas à Controladoria Geral da União, Polícia Federal e Ministério Público", diz o texto.
A 11ª fase
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta sexta-feira (10) a 11ª fase da Operação Lava Jato com 16 mandados de busca e apreensão, nove de condução coercitiva - quando a pessoa é levada para prestar depoimento – e mais sete mandados de prisão. Foram presos os ex-deputados André Vargas, Luiz Argôlo (SDD-BA) e Pedro Corrêa (PP-PE).
André Vargas, também ex-presidente da Câmara de Deputados, teve o nome inserido nas investigações da Operação Lava Jato quando se tornou pública a informação de que usou um avião alugado pelo doleiro Alberto Youssef, apontado como o líder do esquema bilionário de corrupção, desvio e lavagem de dinheiro.
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