3 de dezembro de 2014

Perigo doméstico maior nas férias

O período de férias escolares pode representar folga para as crianças, mas preocupação para os pais. Como  ficam mais em casa, também estão mais expostos aos acidentes domésticos. E é esse tipo de ocorrência que faz aumentar o trabalho em hospitais de Curitiba. Em alguns, a alta oscila entre 20% e 30% em comparação ao período de aulas.

“Com mais tempo livre, elas podem desbravar a casa toda e correm mais riscos. Mas com medidas simples muitos acidentes podem ser prevenidos”, afirma o pediatra do Hospital das Nações, Marcelo Antonio Kalinowski. Segundo o médico, os atendimentos pediátricos tem sensível alta nesta época do ano.

Os principais casos de internamento durante as férias são, segundo o pediatra, as quedas — sejam elas do beliche, de bicicleta ou durante as brincadeiras. “Elas são responsáveis por 54% das internações. Geralmente os bebês caem das camas e os maiores da escada”, avalia Kalinowski. Mas uma casa esconde várias armadilhas, por isso os cuidados.

Oreide Alves Braz Moreira é avó de Emanuelle Alves dos Santos, de seis anos, e passa o maior tempo do dia com a neta. Oreide conta que o acidente mais grave com a menina aconteceu quando ela e a mãe caíram da escada do seu sobrado. “Mas no geral ela é uma criança sossegada. Quem me deu mais trabalho foi meu filho, que quando era pequeno colocou um grampo na tomada e nos deu um susto”, recorda.

Choques elétricos, como o sofrido pelo filho de Oreide, também estão entre os casos que mais geram entradas no hospital, de acordo com Kalinowski, junto com as intoxicações devido ao consumo de venenos para rato e barata, as queimaduras e a ingestão de pequenos objetos como imãs, moedas e peças de brinquedos. “Não deixar os pequenos sozinhos já é um grande passo para diminuir os traumas com as crianças”, recomenda.

A cozinha é o local que mais oferece risco. Mexer em facas, puxar panelas no fogão e usar copos de vidro são as principais situações de perigo dentro do cômodo. “A cozinha deveria ser proibida para crianças. Elas devem sempre ficar longe de fornos quentes e os cabos das panelas devem sempre estar voltados para dentro do fogão, para evitar queimaduras graves”, avisa. Kalinowski se recorda do caso de um menino de apenas um ano que por pouco não foi atingido pela garrafa de vinte litros de água. “O suporte que segura o galão quebrou e caiu justamente no lugar em que ele estava há poucos instantes. Se fosse em cima dele que tivesse caído, acredito que o menino poderia ter morrido”, conta.

Afogamento — O risco de afogamentos existe mesmo em casas que não tenham piscina. Para uma criança pequena basta uma bacia, um balde ou até o vaso sanitário para ocorrer o acidente. “Para um bebê é apenas uma poça de água para ele brincar. Afogamentos de meninos e meninas com menos de dois anos é o que mais acontece. Ao inclinar-se em uma bacia, por exemplo, eles podem cair dentro dela, já que com essa idade a cabeça é proporcionalmente mais pesada que as outras partes do corpo”, alerta Kalinowski.

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