Minas Gerais foi o segundo estado que mais aumentou sua população prisional nos últimos nove anos. Entre 2005 e 2014, o estado mais que dobrou o número de pessoas presas, registrando um salto de 163%, ficando atrás apenas de Tocantins, onde a população carcerária cresceu 174%. No mesmo período, o Brasil teve um aumento de 66%. Minas Gerais está, agora, no mesmo patamar nacional, com uma média 300 presos para cada 100 mil habitantes aproximadamente. Enquanto isso, apesar de ter o maior número de unidades prisionais do país, com 184 estabelecimentos, 71% das unidades estão com déficit de vagas e 82% dos presos estão nessas unidades com lotação excedida.
Os números apresentados pelo Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen), divulgado nesta terça-feira pelo Ministério da Justiça, demonstram a proximidade entre o estado e o país em vários aspectos abordados, embora em outros, Minas Gerais tenha obtido números ainda mais preocupantes. O levantamento aponta que a taxa de ocupação média dos estabelecimentos penais mineiros é de 164%, praticamente a mesma taxa brasileira, de 161%. Ou seja, em um espaço que deveria abrigar 10 indivíduos, há 16 pessoas encarceradas. Todas os estados e o Distrito Federal apresentaram taxa de ocupação superior a 100%.
Enquanto no Brasil cerca de 41% das pessoas privadas de liberdade são presos sem condenação, em Minas esse percentual sobe para 53%. Significa dizer que mais da metade dos presos estão encarcerados sem terem sido julgados e condenados. Minas Gerais é o estado com maior proporção de solteiros presos no país, com 82,5%, seguido de Ceará (76,5%) e do Distrito Federal (69%). Os estados de São Paulo e do Rio de Janeiro não informaram os dados desse aspecto.
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