2 de outubro de 2014

Mãe participou de vídeos onde menina era maltratada, diz polícia

A Polícia Civil de Araçatuba (SP) indiciou nesta quarta-feira (1º) a mãe da criança suspeita de ser maltratada pelo padrasto, preso após denúncia de maus-tratos. Ele aparece em vídeos impedindo a menina de dormir e dando cebola a ela dizendo ser maçã. A mulher, de 21 anos, perdeu a guarda da criança e responderá em liberdade pelos mesmos crimes do marido, o empresário Maurício Moraes Scaranello, de 35 anos, que será transferido nesta quinta-feira (2) para um presídio da região.

Segundo informações da delegada titular da Delegacia de Defesa da Mulher, Luciana Pistori, o laudo preliminar da perícia feita no computador e nos celulares do casal aponta a existência de mais vídeos de maus-tratos onde a mãe aparece nas gravações, inclusive segurando a câmera. "Depois da descoberta da existência de novos vídeos, onde em alguns deles a mãe inclusive está filmando, ambos foram intimados novamente para que esclareçam as circunstâncias em que ocorreram aquelas outras filmagens. Foi comprovada uma certa participação da mãe da criança nos atos criminosos e ela foi indiciada pelo crime de tortura e porte de fotos pornográficas de criança”, explica a delegada, que não divulgou os novos vídeos.
O empresário foi preso no dia 26, em um condomínio de luxo depois da denúncia. A polícia disse que havia fotos da enteada nua no celular no empresário e que encontrou a menina trancada sozinha em um quarto da residência do casal. A mãe, que também estava no imóvel no momento da prisão do marido, negou saber sobre a tortura contra a filha, segundo a polícia. Com as novas provas - onde ela aparece nas imagens - o depoimento foi descaracterizado. “O padrasto disse que era tudo uma brincadeira e em nenhum momento ele queria judiar da criança. Acho que ele tinha consciência das atitudes que ele tomou. Já as fotos da criança nua, a mãe disse que foram tiradas para recordação e não foram divulgadas para ninguém, e que não houve malícia quando as fotos foram tiradas”, completa a delegada.
A mãe e o padrasto prestaram depoimento nesta quarta-feira (1º). Ao chegar à delegacia, quando perguntado se maltratava a enteada, o padrasto negou: "Não, de jeito nenhum", disse.
Enquanto a mãe prestava depoimento, oficiais de Justiça chegaram à delegacia para buscar a menina e levá-la a um abrigo provisório, onde ela ficará até que o Conselho Tutelar e Poder Judiciário encaminhem-na a um parente. A guarda será passada temporariamente à entidade acolhedora até possível análise do processo do pai biológico – que pediu a guarda nesta terça-feira (30). 

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