16 de março de 2015

Manifestação contra Dilma reuniu 24 mil pessoas na praça da Liberdade, em BH


No dia em que o Brasil completou 30 anos do fim da ditadura, 24 mil pessoas saíram de casa em Belo Horizonte para pedir a deposição da presente Dilma Rousseff. O ponto de encontro neste domingo (15) na capital mineira foi a praça da Liberdade, símbolo da região centro-sul da cidade e antiga sede do governo de Minas. Segundo a Polícia Militar, não houve registro de ocorrências graves.
A concentração pró-impeachment e anti-PT começou por volta das 9h30, com a presença de 4.000 pessoas. Ao meio-dia, a praça estava tomada por participantes, que começaram a se dispersar no início da tarde. Parte do movimento foi em direção à praça da Savassi, área nobre de BH, enquanto alguns manifestantes seguiram para a praça Sete, no centro.
Com apitos, panelas, faixas, cartazes e vestidos em maioria com a camisa da Seleção Brasileira, o grupo gritava palavras de ordem "contra a roubalheira" e pedia "salva de palmas para a PM''. Dois carros de som comandam o movimento.
Em um deles, o assistente jurídico Renato Correia, de 36 anos, usava um microfone para "ajudar a coordenar" e manter o tom "pacífico" da manifestação.
— A gente está cobrando responsabilização dos investigados da Operação Lava Jato e transparência dos recursos.
O participante diz que o impeachment "deve ser estudado", pois, segundo ele, a presidente sabia do que acontecia na Petrobras. O assistente acredita que o mandato de Michel Temer (PMDB), que assumiria o cargo, seria "temporário".
— Ele não é melhor nem pior. Entraria temporariamente para convocar novas eleições.
O ato foi convocado pelos movimentos Vem Pra Rua, Brava Gente, Patriotas e Revoltados Online. Os grupos garantem que são apartidários e que não aceitam propostas de golpe militar, mas receberam o aval de partidos de oposição, como o PSDB, DEM e Solidariedade para irem às ruas.
Ainda assim, diversos manifestantes mostravam adesivos do senador Aécio Neves, usado durante a campanha presidencial, e outro criado especialmente para o evento, com a frase "Não vamos nos dispersar", dita tanto por Tancredo Neves como pelo ex-governador de Minas. Faixas pedindo "intervenção militar" também fizeram parte do protesto.
Contra Dilma e contra o impeachment
Com bandeiras menos "radicais" o Vem Pra Rua destaca em seu manifesto na internet que é contra o impeachment porque não há fato jurídico que o justifique. A neurocientista Carla Girodo, que integra o Vem Pra Rua e o Revoltados Online, afirma que não se pode "combater uma ditadura, entre aspas, bolivariana, defendendo outro regime autocrático".
— Nossa bandeira é a democracia, a ética na política, o Estado eficiente e desinchado e redução da carga tributária. O Brasil tem tudo para ser uma potência mas está sendo uma "impotência". Um exemplo de lugar que vemos como deu certo é a Alemanha, que vive a liberdade econômica, estimula o empreendedorismo e permite a geração de riqueza.

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