Funcionários da empresa responsável por fazer o transporte do transformador que tombou na BR-381, em Itatiaiuçu, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e policiais rodoviários federais lutam contra o tempo para tentar liberar a rodovia, que está fechada desde às 11h30 desta quinta-feira. A expectativa é que o comboio seja retirado da pista ou siga viagem até um pedágio, que fica a quatro quilômetros do local. Porém, ainda não há previsão para a desinterdição da estrada. Caso a operação não dê certo, a saída para o feriado de Tiradentes deve ser com lentidão. “Vai ser uma tragédia se isso ocorrer. Serão formadas filas enormes de carros. Eles precisam trabalhar durante toda a madrugada para tirar esse comboio daqui”, afirma o agente da PRF José Henrique, do posto de Itatiaiuçu.
O comboio saiu do km 535 e viajaria até o km 565 no sentido Belo Horizonte/São Paulo. Quando passava pelo km 542, a carga tombou em uma curva e interditou totalmente a rodovia nesta direção. O conjunto tem aproximadamente 80 metros de comprimento e pesa, ao todo, 500 toneladas. Somente o transformador, que levou um ano para ser fabricado e será levado para uma subestação na Província de Buenos Aires, na Argentina, pesa 240 toneladas.
As causas do incidente ainda estão sendo apuradas. De acordo com um funcionário da empresa responsável pela carga, que não quis se identificar, a inclinação da curva pode ter causado o tombamento da carga. A suspeita do homem é porque algumas mangueiras hidráulicas do trator que fazia o transporte estouraram.
Os trabalhos para liberar a pista devem seguir durante a noite desta quinta-feira e madrugada de sexta-feira. Por volta das 16h30, um guincho da empresa Bolbi, com capacidade para içar uma carga de 220 toneladas chegou ao local onde está o transformador. Porém, ele não pôde ser usado para levantar o equipamento, pois não estava com o contrapeso. Aproximadamente 40 minutos depois, um caminhão chegou com os equipamentos necessários. Sem eles, ao tentar a operação, o guincho poderia ser levantado pelo objeto.
Mesmo assim, o guincho não foi usado, por não ter a capacidade para levantar o transformador. Os técnicos da empresa usaram escoras de ferro e madeira embaixo da estrutura que sustenta o equipamento. A ação é para tentar nivelar a peça para que depois possam seguir até a praça de pedágio, quatro quilômetros à frente.
Enquanto a pista não é liberada, os motoristas terão que passar por um desvio feito pela Autopista Fernão Dias, concessionária que administra a rodovia, no local do acidente. Os veículos leves passam por uma das faixas à esquerda do transformador. Já os veículos pesados foram desviados por uma pista marginal. O congestionamento na noite desta quinta-feira já ultrapassa os seis quilômetros.
Mesmo com o desvio, o trânsito flui com bastante lentidão. O caminhoneiro Rogério Moreira Coelho, que dirigia uma carreta bitrem com destino a São Paulo, afirmou que demorou 50 minutos para percorrer um trecho de quatro quilômetros. Quase a mesma situação foi vivida pelo caminhoneiro Jáder Araújo, de 42, que diz ter gastado 40 minutos.
Recentes problemas
Na manhã de quarta-feira, o veículo tentou sair de um posto de gasolina na altura do km 535 em Itatiaiuçu, mas as ferragens enroscaram na fiação elétrica, o que impediu a saída do comboio. O veículo ocupava parte da via marginal, sem causar impactos à pista principal.
Em 22 de março, um dos puxadores do comboio teve uma pane e interditou a rodovia por 31 horas. Carros, caminhões e carretas formaram uma fila de quase 20 quilômetros em direção a São Paulo. A concessionária e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informaram que houve princípio de incêndio no motor e falha no sistema de freios do veículo. O puxador se assemelha a um trator. Depois do problema, o veículo voltou a circular na mesma semana, mas rodou poucos quilômetros.
Somente o transformador, que é carregado, tem 240 toneladas. Ele saiu de Betim, vai seguir sentido São Paulo. Na altura do município de Campanha, próximo a Caxambu, na Região Sul de Minas, ele segue no sentido Rio de Janeiro, até o porto de Itaguaí. De navio, será então levado para o destino final, na Argentina. O impacto desse transporte é considerado grande porque, segundo a PRF, quando está em movimento, o veículo ocupa todas as pistas e se desloca com velocidade média de 10 km/h.
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