8 de maio de 2015

'Não dei tiro, mas ajudei na vitória', diz ex-soldado brasileiro na 2ª Guerra

Há exatos 70 anos, o paulista de Pirassununga João Ferreira de Albuquerque havia acabado de atravessar o Rio Pó, nas imediações de Parma, cidade no norte da Itália famosa pelo queijo de sabor acentuado e aroma inconfundível. Mas ele não estava lá a passeio.
Naquele 8 de maio de 1945, Albuquerque comemorava, junto a brasileiros e estrangeiros, a derrota da Alemanha nazista, episódio conhecido como o Dia da Vitória na Europa (V-E Day) e que pôs fim à 2ª Guerra Mundial (1939-1945) no continente ─ o conflito só terminaria quatro meses depois, no início de setembro, com a rendição do Japão.

Ele era um dos 25 mil soldados da Força Expedicionária Brasileira (FEB) a formar a única frente da América do Sul nos campos de batalha europeus. Mas a sensação de dever cumprido após o término da guerra, e a garantia de voltar para o Brasil depois de quase um ano fora de casa, cederam lugar a um desespero momentâneo entre os pracinhas (diminutivo de praça ou soldado raso, apelido carinhoso dado pela imprensa e pela população da época para se referir aos combatentes).

"Quando atravessamos o Rio Pó, encontramos alguns americanos. Eles gritavam 'The war is over' ('A Guerra acabou', em inglês). Foi um dia fantástico para todos nós. Aquela guerra estúpida finalmente chegava ao fim", relembra ele, atualmente com 95 anos.

"Mas nossa alegria durou pouco. Corria um boato de que seríamos enviados para lutar no Japão. Ficamos apavorados. Felizmente, veio depois uma contraordem. Ainda permanecemos no norte da Itália por três meses como tropa de ocupação", acrescenta.


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