Cinco dias depois de passar por uma cirurgia para ajustar a colostomia (bolsa externa ligada ao intestino para facilitar a eliminação das fezes), a menina Sofia Gonçalves de Lacerda, de um ano e cinco meses, recebeu alta na noite desta terça-feira (19) da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital Jackson Memorial, em Miami, nos Estados Unidos, onde está internada desde o início de abril.
A mãe do bebê, Patrícia de Lacerda, contou que apesar da filha ter sido submetida a mais uma cirurgia, ainda mais depois do transplantes de cinco órgãos, Sofia está se recuperando bem. "No dia da cirurgia para corrigir a colostomia, eu estava esperando que ela saísse do centro cirúrgico entubada e sedada, mas, mais uma vez, ela nos surpreendeu com a sua vontade de viver ao aparecer desentubada e acordada."
Segundo a mãe, esse procedimento já era previsto. Ainda conforme Patrícia, com o tempo, ela não vai mais precisar da colostomia. “O intestino está funcionado muito bem, como todos os órgãos. Mas como ela tem o cólon pequeno, não teve como ser transplantado, o que a obriga a defecar pouco”, conta Patrícia. Sofia nasceu com uma síndrome rara, intitulada Berdon, doença que afetou todo o seu sistema digestivo. A cirurgia para o transplante dos cinco órgãos (estômago, fígado, pâncreas, intestino delgado e cólon), realizada no dia 10 de abril, durou cerca de dez horas e, mesmo depois de um mês do procedimento, a menina se recupera bem.
O transplante e o pós-operatório estão sendo realizados no hospital de Miami. Porém, Patrícia frisa que os últimos cinco dias na UTI não foram fáceis para a menina. "Ela teve um pequeno colapso na parte de cima dos pulmões e isso fazia com que ela puxasse muito ar para respirar. Mesmo com a respiração 100%, ela ficava como se estivesse cansada", lembra. "Mas o quadro dela normalizou, ela está bem e super elétrica, estava querendo arrancar tudo que estava ligado a ela", ressalta a mãe.
De volta ao quarto do hospital, Sofia continuará sua recuperação.
"É tipo como se tivesse começado do zero agora, na questão da alimentação. Ela estava com quase nada de nutrição parenteral e com só um pouco de "leitinho" [fórmula ministrada via sonda]. Agora ela está começando de novo com o "leitinho" e só depois vamos recomeçar a alimentação pela boca", explica Patrícia.
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