10 de abril de 2015

Polícia investiga esquema de tráfico de drogas dentro de cadeias da Grande BH


Um esquema de tráfico de drogas dentro de presídios da Região Metropolitana de Belo Horizonte, será investigado pela Polícia Civil. O plano foi descoberto durante uma operação realizada nesta quinta-feira. Equipes do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) cumpriram mandados de prisão contra dois homens acusados de um assassinato do Bairro Santa Maria, no Barreiro, e o mandante do crime. Na casa de um dos alvos, foram encontradas drogas e um caderno com anotações com o número do Sistema de Informações.
Penitenciárias (Infopen) de presos. A dona da casa foi detida e, segundo a polícia, confirmou o plano de envio de entorpecentes para dentro das cadeias. Prostitutas e garotos de programa eram usados como mulas.
A operação foi montada para prender suspeitos da morte de Adalto Raimundo Gomes, assassinado em um bar no Bairro Santa Maria em novembro do ano passado. Segundo as investigações, o homicídio foi encomendado por Ricardo Luiz da Silva, de 25, que chegou a fazer um boletim de ocorrência contra a vítima, que teria abusado de uma filha e uma sobrinha dele.
Depois que o caso foi denunciado por Ricardo à polícia, Adalto fugiu do bairro. Dias depois, voltou para pegar dinheiro com o irmão. Segundo a Polícia Civil, Ricardo estava monitorando a vítima e ligou para Laudecir Gomes de Moura, de 22, e Romário Chagas Souza, 27, que cometeram o assassinato.
Nesta quinta-feira, mais de 30 policiais do DHPP participaram da operação R11: Time Completo. Na casa de Laudecir foram encontradas pequenas quantidades de cocaína, maconha, crack e LSD, além de R$ 1,2 mil em dinheiro. O que chamou a atenção da polícia foi um caderno de anotações com nome e número do Infopen de presos. A mulher do alvo, Leila Maria de Souza, de 35, que estava no imóvel, foi presa em flagrante e confessou o esquema de venda de drogas para detentos.
De acordo com o delegado Adriano Mattos, a mulher afirmou que contava com a ajuda de um homossexual para aliciar prostitutas e garotos de programa para levar os entorpecentes para dentro das cadeias. Cada uma das mulas, como são chamadas as pessoas que fazem o transporte de drogas, receberia R$ 1 mil por operação.
Laudecir foi preso em outro local e foi encaminhado para a delegacia. O homem apontado por Leila como aliciador, foi levado para prestar esclarecimentos. O detento Pedro Henrique de Andrade Ribeiro, de 23, que estava em um presídio de São Joaquim de Bicas, na Grande BH, também está sendo interrogado. A polícia acredita que ele faça parte do esquema, pois o nome dele aparece nas anotações encontradas na casa.
Foragidos
A polícia ainda tenta encontrar os outros dois alvos da operação. Os policiais foram até a casa do motorista de ônibus Ricardo e encontraram duas armas, um revólver calibre 38 e uma pistola 9 milímetros. O delegado Adriano Mattos acredita que ele tenha sido avisado por comparsas sobre as ações, pois abandonou um coletivo lotado de passageiros na Avenida Amazonas, próximo a Rua Araguari. Romário também não foi encontrado.


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