Um esquema de tráfico de drogas dentro de presídios da Região Metropolitana de Belo Horizonte, será investigado pela Polícia Civil. O plano foi descoberto durante uma operação realizada nesta quinta-feira. Equipes do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) cumpriram mandados de prisão contra dois homens acusados de um assassinato do Bairro Santa Maria, no Barreiro, e o mandante do crime. Na casa de um dos alvos, foram encontradas drogas e um caderno com anotações com o número do Sistema de Informações.
Penitenciárias (Infopen) de presos. A dona da casa foi detida e, segundo a polícia, confirmou o plano de envio de entorpecentes para dentro das cadeias. Prostitutas e garotos de programa eram usados como mulas.
A operação foi montada para prender suspeitos da morte de Adalto Raimundo Gomes, assassinado em um bar no Bairro Santa Maria em novembro do ano passado. Segundo as investigações, o homicídio foi encomendado por Ricardo Luiz da Silva, de 25, que chegou a fazer um boletim de ocorrência contra a vítima, que teria abusado de uma filha e uma sobrinha dele.
Depois que o caso foi denunciado por Ricardo à polícia, Adalto fugiu do bairro. Dias depois, voltou para pegar dinheiro com o irmão. Segundo a Polícia Civil, Ricardo estava monitorando a vítima e ligou para Laudecir Gomes de Moura, de 22, e Romário Chagas Souza, 27, que cometeram o assassinato.
Nesta quinta-feira, mais de 30 policiais do DHPP participaram da operação R11: Time Completo. Na casa de Laudecir foram encontradas pequenas quantidades de cocaína, maconha, crack e LSD, além de R$ 1,2 mil em dinheiro. O que chamou a atenção da polícia foi um caderno de anotações com nome e número do Infopen de presos. A mulher do alvo, Leila Maria de Souza, de 35, que estava no imóvel, foi presa em flagrante e confessou o esquema de venda de drogas para detentos.
De acordo com o delegado Adriano Mattos, a mulher afirmou que contava com a ajuda de um homossexual para aliciar prostitutas e garotos de programa para levar os entorpecentes para dentro das cadeias. Cada uma das mulas, como são chamadas as pessoas que fazem o transporte de drogas, receberia R$ 1 mil por operação.
Laudecir foi preso em outro local e foi encaminhado para a delegacia. O homem apontado por Leila como aliciador, foi levado para prestar esclarecimentos. O detento Pedro Henrique de Andrade Ribeiro, de 23, que estava em um presídio de São Joaquim de Bicas, na Grande BH, também está sendo interrogado. A polícia acredita que ele faça parte do esquema, pois o nome dele aparece nas anotações encontradas na casa.
Foragidos
A polícia ainda tenta encontrar os outros dois alvos da operação. Os policiais foram até a casa do motorista de ônibus Ricardo e encontraram duas armas, um revólver calibre 38 e uma pistola 9 milímetros. O delegado Adriano Mattos acredita que ele tenha sido avisado por comparsas sobre as ações, pois abandonou um coletivo lotado de passageiros na Avenida Amazonas, próximo a Rua Araguari. Romário também não foi encontrado.
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